Uma das armadilhas mais comuns quando começas a pensar em criar algo teu é achares que precisas de ter tudo pronto antes de fazer qualquer coisa acontecer.

O nome perfeito.
O logotipo perfeito.
O domínio comprado.
O site montado.
O Instagram com três publicações todas iguais e bonitinhas.
E claro, um pitch de 30 segundos como mandam os livros.

Não precisas de nada disso.

O que precisas é de perceber se alguém quer o que tens para oferecer.
Só isso.

Se o que tens ainda não foi validado, então o logo não interessa. O site é um detalhe. O branding é ruído.

Muitas vezes o que estás a tentar fazer é parecer que tens um negócio — em vez de testar se o negócio tem pernas para andar.

Isto acontece porque dá mais segurança. Porque dá uma sensação de avanço. Porque é mais fácil mexer com o Canva do que levantar o telefone, mandar uma mensagem, ou ir vender alguma coisa a alguém. Mas se fores honesto contigo, percebes que o site e o logo só serviram para adiar o mais difícil: sair da teoria.

E não, não estou a dizer que design não é importante. Claro que é. Mais à frente.
Mas primeiro: há alguém que quer comprar isto?
Isto resolve algum problema de verdade?
Há procura ou é só uma ideia gira que tiveste no duche?

A única forma de saber é testar. Falar com pessoas. Pôr a ideia na rua. Mesmo se estiver feia. Mesmo se ainda estiver mal explicada. Mesmo se ainda não tiver um nome.

Quando começas com um negócio, o mais importante não é a imagem. É a conversa.
É o contacto.
É a reação.
É alguém dizer: “Olha, isso dava-me jeito. Quanto custa?”

A validação vem disso, não da paleta de cores nem do slogan.

Quantas ideias boas se afundaram porque ficaram eternamente presas na fase de preparação?
Quantos negócios falharam não porque o produto era mau, mas porque o fundador teve medo de lançar enquanto “não estava tudo perfeito”?

Lamento, mas nunca vai estar tudo perfeito.
E quanto mais esperares, mais estás a adiar o que realmente interessa: descobrir se a tua ideia funciona fora da tua cabeça.

Por isso, começa com o que tens. Um PDF. Uma landing page básica. Uma mensagem no WhatsApp. Um post a explicar o que queres testar. O que for.

Não precisas de logo.
Não precisas de site.
Não precisas de drama.

Só precisas de mexer.