A primeira versão vai ser má. E depois?

Esta parte custa, mas convém aceitar logo: A tua primeira versão vai ser má. Vai parecer inacabada, feita à pressa, um bocado desajeitada.

Esta parte custa, mas convém aceitar logo:
A tua primeira versão vai ser má.
Vai parecer inacabada, feita à pressa, um bocado desajeitada.

E está tudo bem.

É suposto ser assim.

O problema não está em começar com algo imperfeito.
O problema está em não começar por medo de que não fique perfeito.

Há quem fique parado durante meses — ou anos — à espera da ideia genial, da execução incrível, da imagem certa. E enquanto isso, o tempo passa, as oportunidades também, e o projeto nunca sai da gaveta.

Se queres criar algo teu, tens de te libertar dessa necessidade de acertar à primeira.
Porque não vais.
E não precisas.

A primeira versão existe para te mostrar onde estão os buracos.
Serve para aprender.
Para ver como as pessoas reagem.
Para perceber o que funciona e o que não faz sentido nenhum.

Se tentares acertar tudo logo no início, vais perder tempo com detalhes que nem sabes se interessam.
E ainda por cima vais ficar mais apegado à ideia — o que torna mais difícil mudar de rumo quando for preciso.

O que faz a diferença não é ter tudo perfeito.
É conseguir melhorar depressa.

É lançar uma versão torta, aprender rápido e fazer melhor na próxima.

Todas as marcas, produtos e projetos que admiras tiveram uma primeira versão tosca.
Só que tu já estás a ver o episódio 5 da série deles — e estás a comparar com o teu episódio piloto.

Não faças isso contigo.

A primeira versão não tem de ser bonita.
Tem de ser real.

Tem de existir.
Tem de estar na rua.
Tem de começar a respirar por si.

O resto vem depois.

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