Diz-me o que compras, dir-te-ei quem és.
A vida moderna resumida numa frase que ninguém quer ouvir.
O cartaz de hoje no Labs chama-se “És o que consomes. E não é bonito.” E, honestamente, nem precisava de mais nada.
Vivemos entre sacos de plástico, embalagens premium, últimas coleções, últimas gerações, última chamada.
Consome. Acumula. Exibe. Esquece. Repete.
Achamos que estamos a construir identidade — mas, na maior parte das vezes, estamos só a empilhar objetos que tentam tapar buracos que não se tapam.
E antes que apontem o dedo:
Sim, eu também faço parte.
Sim, eu também clico em anúncios, compro gadgets inúteis e às vezes janto mais plástico do que proteína.
E sim, ironicamente, ajudo marcas a fazer com que TU também o faças.
Trabalho em marketing.
Crio campanhas, narrativas, estratégias que fazem desejos parecer necessidades.
Ajudo negócios a fazerem parte da tua vida — ou, pelo menos, da tua lista de compras.
Critico? Sempre.
Participo? Sem hipocrisias.
O cartaz “És o que consomes. E não é bonito.” é só um espelho maldoso:
Olha bem para o que tens à tua volta. Agora diz-me — é isto que querias ser?
Aqui no Labs, crio para provocar.
Fora daqui, ajudo-te a criar para conquistar.
(E se quiseres, até te ajudo a vender coisas que nem sabias que alguém podia querer.)
Consomes? És consumido. Escolhe de que lado queres estar.