Há uma ideia perigosa que muita gente carrega: a de que só devemos avançar com um projeto quando já percebemos tudo. Quando está tudo claro, pensado, alinhado, validado. Quando temos certezas. Quando temos garantias.

Mas a verdade é que há muita coisa que só percebes depois de fazer.
E não antes.

O plano parece uma boa ideia até encontrares a realidade.
E a realidade raramente colabora com PowerPoints.

É ao mexeres, ao testares, ao expores a tua ideia ao mundo real que começas a ver o que realmente faz sentido — e o que era só teoria gira.

É como tentar aprender a nadar sem entrar na água.
Podes ver vídeos, estudar técnicas, falar com quem sabe. Mas enquanto não te atirares à piscina, não vais perceber como é que o teu corpo reage.
Não vais sentir o peso. A resistência. A respiração.
Não vais ajustar nada — porque ainda não estás em movimento.

Com um negócio é igual.

Queres perceber se tens mesmo jeito para isto? Faz.
Queres descobrir se a tua ideia encaixa no mercado? Lança.
Queres saber se és capaz de vender? Vai vender.

Não penses tanto.
Faz primeiro.

E não — não estou a dizer para agires de forma irresponsável ou sem critério.
Mas a análise sem ação é só paralisia.
E a obsessão por entender tudo antes de começar é uma forma sofisticada de adiar.

O caminho só se revela a andar.
E muitas vezes, só consegues ver o segundo passo depois de dares o primeiro.

Aliás, há ideias que só ganham forma quando já estão no ar.
Projetos que só fazem sentido depois de entrarem em contacto com pessoas reais.
Ofertas que nascem meio tortas, mas que se moldam com o uso.

Se esperas perceber tudo antes de fazer… nunca vais fazer.
E se nunca fizeres, nunca vais perceber.

Por isso: faz primeiro. Entende depois.
Avança com dúvidas, mas avança.

A clareza não vem antes do movimento.
Vem durante.