Criar algo teu dá trabalho.
Muito.
Dá trabalho pensar, organizar, comunicar.
Dá trabalho manter o foco quando tudo à tua volta grita distração.
Dá trabalho continuar quando ninguém está a ver.
Dá trabalho não desistir quando a motivação desaparece.
E dá ainda mais trabalho manter aquilo que começaste — sem perder o rumo, sem perder a cabeça e sem perder a essência.
Mas no meio disso tudo, há algo que se começa a construir.
Chama-se consistência.
E ela aparece todos os dias, mesmo quando tu não estás com vontade.
A verdade é que o sucesso, seja lá o que isso significar para ti, não é feito de grandes momentos.
É feito de repetições.
De decisões pequenas, mas conscientes.
De aparecer — mesmo quando não apetece.
O que vês de fora, muitas vezes, são os resultados.
O crescimento.
Os elogios.
A tal “liberdade”.
O que não vês é o rascunho.
O erro.
O ajuste.
As conversas difíceis.
As noites a pensar se vale mesmo a pena.
E vale?
Sim.
Mas não porque é fácil.
Porque é teu.
Porque tu sabes o que estás a construir.
Sabes o que superaste.
Sabes o que aprendeste.
Sabes o que ganhaste — mesmo antes de ganhares dinheiro.
Dá trabalho, sim.
Mas dá também orgulho.
Liberdade.
Autonomia.
Sentido.
O trabalho não é o vilão da história.
O vilão é o desalinhamento.
É fazer algo só por fazer.
É correr atrás de um modelo que não é teu.
Quando o que estás a fazer faz sentido para ti, o trabalho deixa de ser um peso.
Passa a ser construção.
E não há nada mais valioso do que construir uma coisa em que tu acreditas.
Mesmo que te canse.
Mesmo que leve tempo.
Mesmo que ninguém veja.