Toda a gente tem um.
Aquele cliente.
Aquele que te tira a paciência, a energia e, às vezes, a vontade de continuar com o que estás a construir.
No início, aceitas tudo.
Aceitas porque precisas. Porque queres provar que consegues.
Porque achas que “todo o cliente é bom cliente”.
Mas depois aparece aquele.
Aquele que exige mais do que pagou.
Que responde tarde, mas cobra urgência.
Que desconfia, mas quer tudo feito com confiança.
Que te obriga a rever valores — e não falo de preços.
E no meio disso tudo, tu vais-te calando.
Vais fazendo o esforço.
Vais dizendo que “é só desta vez”.
Vais tentando manter a compostura, porque “é trabalho”.
Até que começas a perceber que há clientes que não pagam só com dinheiro — pagam com sanidade.
E isso, a longo prazo, sai-te muito mais caro.
É um erro clássico: dizer sim a todos.
Aceitar qualquer projeto.
Trabalhar com pessoas que não te respeitam, só porque achas que precisas.
E sim, no início pode ser difícil escolher.
Parece que recusar é luxo.
Mas há limites que, se não aprenderes a impor cedo, acabam por te engolir.
Um cliente tóxico pode contaminar a tua equipa.
Pode atrasar tudo.
Pode fazer-te duvidar de ti mesmo.
E pior: pode fazer-te perder tempo com algo que nunca devia ter começado.
Não se trata de ser esquisito.
Trata-se de reconhecer que nem toda a faturação compensa o desgaste.
Com o tempo aprendes:
Um cliente certo vale por dez errados.
E o “não” que custa dizer hoje, é o alívio que vais agradecer amanhã.
Por isso, não te esqueças:
Faturar é importante, claro.
Mas construir um negócio saudável é mais do que isso.
É ter energia para continuar. É gostar do que se faz. É poder respirar.
E nenhum cliente merece levar-te isso.