Sócios, Erros e Outras Aventuras Caras

Montar um negócio com alguém pode parecer a coisa mais natural do mundo.

Montar um negócio com alguém pode parecer a coisa mais natural do mundo.
“Ele é meu amigo.”
“Temos uma ótima relação.”
“Pensamos da mesma forma.”
“Vai ser fácil.”

Pois.

Até começarem a falar de dinheiro.
Ou até aparecerem os primeiros problemas.
Ou até descobrires que “ter visão parecida” não significa “ter a mesma forma de trabalhar”.

A escolha de um sócio pode ser das decisões mais importantes — e mais perigosas — que vais tomar num projeto.

Porque um sócio não é só uma ajuda.
É uma extensão tua.
É alguém que vai decidir contigo, falhar contigo, pagar contigo… e, muitas vezes, complicar contigo.

Há quem escolha sócios por afinidade.
Outros por falta de coragem para começar sozinho.
Outros ainda porque alguém apareceu com algum dinheiro e uma promessa vaga de “investir”.

E o resultado, muitas vezes, é uma bela lição.
Cobrada com tempo, energia e noites mal dormidas.

Um sócio que não trabalha como tu, não comunica como tu, não se envolve como tu… é um sócio que te vai arrastar.
E não é por mal.
É só porque está em sintonia com uma frequência diferente.

E quando isso acontece, não há “boa vibe” que salve o projeto.

Isto não é para dizer que ter sócios é mau.
Nada disso.
Pode ser ótimo.
Pode acelerar tudo.
Pode trazer equilíbrio, complementaridade, força.

Mas só se houver clareza desde o início.
Funções bem definidas.
Expectativas alinhadas.
E acima de tudo: conversas difíceis antes que se tornem inevitáveis.

Já fiz parte de parcerias que não correram bem.
E sabes qual foi o erro?
Não foi a falta de esforço.
Foi a falta de perguntas feitas logo no arranque.

Quem faz o quê?
Como se tomam decisões?
E se houver um conflito?
Como se sai do projeto?
Como se divide o dinheiro?

Parece cedo para falar disso?
Então espera até ser tarde demais.

Não escolhas um sócio para te sentires menos sozinho.
Escolhe alguém que complemente o que tu és.
Que te desafie. Que te ajude a crescer.
E, acima de tudo, que esteja disposto a sujar as mãos tanto quanto tu.

Negócio não é casamento.
Mas também não devia ser um divórcio à espera de acontecer.

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